domingo, 8 de junho de 2008

Ceará aposta no aumento da produção

No Ceará, as perspectivas para o segundo semestre também apontam para crescimento da economia. Na avaliação do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), todas as variáveis mostram que o Estado está crescendo, tanto na produção industrial quanto no comércio varejista. "A gente acredita que isso vai permanecer, até porque o segundo semestre tem outros indicadores que reforçam o consumo, que é o que está movendo nossa economia. Existem mais recursos financeiros no segundo semestre, como 13º salário, férias, liberação de FGTS. Além das facilidades de crédito, promoções, que incentivam a consumir", frisa Eloísa Bezerra, economista da instituição. Segundo ela, o Ipece mantém a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado do início do ano, de 4,5%. Eloísa também destaca como positiva a previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que o Ceará terá uma safra recorde de grãos este ano, com incremento de 117% com relação a 2007 e mais de 1,25 milhão de toneladas. A agropecuária, embora tenha menos peso para a economia do Estado, também deve trazer sua contribuição. "Ela serve de base para a indústria, principalmente de alimentos e bebidas", explica. Mesmo com o retorno da alta de preços, que poderia frear o consumo, a economista observa que o segundo semestre tem datas importantes para o comércio. "Ainda tem o Dia das Crianças, Dia dos Pais e as festas de final de ano", diz. Segundo ela, os serviços participam com quase 71% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, sendo que, dentro dos serviços, o comércio participa com 14,2%. "Acredito que no segundo semestre a economia do Ceará vai ter um desempenho razoável", aponta. O economista Everton Correia concorda que o consumo no segundo semestre deve alavancar a economia no Estado, além de ser um período também de maior produção industrial, por conta das demandas de fim de ano. Mas ele observa que, apesar do crescimento neste início de ano, o Ceará tem mantido um ritmo inferior ao de outros Estados. "O comércio e o serviço no Ceará têm crescido menos do que no resto do País. A expectativa é de que essa situação se reverta no segundo semestre, que o aumento da renda e do crédito no Estado permitam que se chegue a um ritmo de crescimento destes setores no segundo semestre. Como eles representam uma grande parcela do PIB cearense, espera-se que neste período o PIB no Estado cresça mais do que o do País", diz. Estados como Pernambuco e Rio Grande do Norte, segundo Correia, têm tido maior crescimento que o Ceará por conta de investimentos estruturantes em setores como o têxtil, o turístico e o petroquímico. "O desempenho do Ceará pode ser melhorado com a existência de investimentos estruturantes no Estado, como o da siderúrgica", defende. (Adriana Albuquerque)
(O POVO)